Regida pelo maestro Thierry Fischer, Osesp interpreta obras de Debussy e Tchaikovsky nesta semana
De quinta-feira (29/maio) a sábado (31/maio), Orquestra apresenta na Sala São Paulo composições de Debussy, com Coros e solistas, e ‘Sinfonia nº 2’ de Tchaikovsky; concerto de sexta (31/mai) será transmitido ao vivo no canal oficial de YouTube
Por Sacso Brasil
26/05/2025 15h20 - Atualizado em 26/05/2025 15h23
A Fundação Osesp e o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, apresentam na Sala São Paulo a Temporada Osesp 2025.
Nesta semana, de quinta-feira (29/maio) a sábado (31/maio), a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp apresenta um programa que põe em diálogo a música francesa e a obra de Piotr Ilyich Tchaikovsky — dois eixos desta Temporada. A regência ficará a cargo do Diretor Musical e Regente Titular da Orquestra, Thierry Fischer.
No repertório estarão três obras do francês Claude Debussy: Noturnos, com a participação das vozes femininas do Coro da Osesp e do Coro Acadêmico da Osesp; a Rapsódia para clarinete, interpretada por Sérgio Burgani, solista experiente e professor de várias gerações do instrumento; e a Rapsódia para saxofone, com solo do jovem músico Samuel Alves, vencedor do Concurso Jovens Solistas da Osesp em 2022. Encerra o programa a alegre Sinfonia nº 2 — Pequena Russa, de Tchaikovsky, construída a partir de temas e danças populares da Ucrânia.
Vale lembrar que o concerto de sexta-feira (30/mai), às 20h, será transmitido ao vivo pelo canal da Osesp no YouTube.
Sobre o programa
Em seus Noturnos, Claude Debussy (1862–1918) se vale do colorido orquestral para criar delicados jogos de luz e sombra. As três peças para orquestra, finalizadas em 1899, foram inspiradas nas Scènes au crépuscule, do poeta simbolista Henri de Régnier, e nas telas do pintor americano James McNeill Whistler. Em “Nuages”, é descrita a flutuação serena e imutável das nuvens no céu; “Fêtes”, é uma celebração marcada por ritmos dançantes; já “Sirènes”, traz uma paisagem marinha que requer a participação das vozes femininas do Coro da Osesp e do Coro Acadêmico da Osesp que, cantando sem palavras, evocam o canto das sereias.
Criada por Debussy para avaliar as habilidades dos alunos do Conservatório de Paris, a Rapsódia para clarinete apresenta muitas passagens virtuosísticas – sobretudo na seção final da obra, descrita pelo filósofo Vladimir Jankélévitch como uma “corrida frenética” que “varre tudo, andamento e tonalidade, em seu tornado”. Em outros momentos, uma escrita mais melodiosa dá destaque ao timbre amadeirado da região grave do instrumento.
Quando Debussy escreveu a Rapsódia para saxofone, colocar um saxofone numa sala de concertos beirava o impensável. Essa rapsódia “árabe” ou “mouresca” – tal como é descrita nas cartas do compositor – alterna um lamento sinuoso tocado pelo saxofone com passagens orquestrais animadas. Tanto as escalas como os ritmos utilizados fazem dela um belo exemplo do estilo orientalista adotado por Debussy em muitas de suas composições.
A mais alegre das sinfonias de Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840–1893), a Sinfonia nº 2 começou a ser composta no verão de 1872, durante uma temporada na casa de sua irmã, no interior da Ucrânia. Inspirado pelo canto dos camponeses locais, o compositor inseriu mais melodias folclóricas nesta obra do que em qualquer outra de sua autoria. Entre elas, a que mais se destacou foi a cantiga O Grou, utilizada nas impressionantes variações de colorido orquestral do movimento final. Por conta dessa conhecida melodia ucraniana, um crítico apelidou a obra de Pequena Russa, em referência ao termo então empregado para designar a Ucrânia.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall em Nova York. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.
Coro da Osesp
O Coro da Osesp, além de sua versátil atuação sinfônica, enfatiza o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Apresentou-se em 2006 para o rei da Espanha, Filipe VI, em Oviedo, no 25º Prêmio da Fundação Príncipe de Astúrias. Em 2020, cantou, sob a batuta de Marin Alsop, no Concerto de Abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, feito repetido em 2021, em filme virtual que trazia também Yo-Yo Ma e artistas de sete países. Junto à Osesp, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, em 2022, se apresentando na série oficial de assinatura da casa no elogiado Floresta Villa-Lobos. Fundado em 1994 por Aylton Escobar, integra a Osesp desde 2000, completando 30 anos de atividade em 2024. Teve como regentes Naomi Munakata [1995-2015] e Valentina Peleggi [2017-2019]. Desde fevereiro de 2025, Thomas Blunt é seu regente titular.
Coro Acadêmico da Osesp
Criado em 2013 com o objetivo de formar profissionalmente jovens cantores, o grupo é composto pelos alunos da Classe de Canto da Academia de Música da Osesp, sob direção de Marcos Thadeu. Oferece experiência de prática coral, conhecimento de repertório sinfônico para coro e orientação em técnica vocal, prosódia e dicção, além da vivência no cotidiano junto ao Coro da Osesp. Em 2021, a Classe foi reconhecida pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo como Curso Técnico, com o Diploma Técnico Profissionalizante de Nível Médio.
Thierry Fischer regente
Desde 2020, Thierry Fischer é diretor musical da Osesp, cargo que também assumiu em setembro de 2022 na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. De 2009 a junho de 2023, atuou como diretor artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornou diretor artístico emérito. Foi principal regente convidado da Filarmônica de Seul [2017-20] e regente titular (agora convidado honorário) da Filarmônica de Nagoya [2008-11]. Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique. Gravou com a Sinfônica de Utah, pelo selo Hyperion, Des Canyons aux Étoiles [Dos cânions às estrelas], de Olivier Messiaen, selecionado pelo prêmio Gramophone 2023, na categoria orquestral. Na Temporada 2024, embarcou junto à Osesp para a turnê internacional em comemoração aos 70 anos da Orquestra.
Sérgio Burgani clarinete
Desde 1997, Sérgio Burgani é clarinetista da Osesp, com a qual atuou como solista em diversas ocasiões, como na turnê nacional de 2008. Também se apresentou como solista com a Sinfônica Brasileira e a Sinfônica da USP. Aprimorou-se internacionalmente com Guy Deplus, no Festival de Páscoa de Annecy, e com Francesco Belli, no Festival de Verão de Anzio. É integrante do Percorso Ensemble e professor do Instituto de Artes da Unesp, da Faculdade Cantareira e da Academia de Música da Osesp. Foi vencedor do Concurso Jovens Solistas de Piracicaba [1979], do Concurso Nacional Jovens Intérpretes da Música Brasileira (1984 e 1985), do Sul América – Jovens Concertistas Brasileiros (1984 e 1985) e do 1º Concurso Jovens Solistas EPTV-MG [1989]. Como integrante do grupo Sujeito a Guincho, recebeu o Prêmio Eldorado de Música [1995] e o Prêmio Sharp (atual Prêmio da Música Brasileira, 1996). Foi membro da Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo, da Sinfônica Municipal de São Paulo e da Orquestra Brasil Jazz Sinfônica.
Samuel Alves saxofone
Samuel Alves iniciou seus estudos aos 13 anos na Banda Sinfônica do Conservatório de Guarulhos e, no ano seguinte, ingressou na Escola de Música do Estado de São Paulo – EMESP Tom Jobim. Venceu os III e V Concurso Jovens Solistas da Orquestra de Cordas da EMESP. Em 2018, passou a integrar o naipe de saxofones da Banda Municipal de Embu das Artes, e, no ano seguinte, foi admitido como chefe de naipe e primeiro saxofone alto da Banda Jovem do Estado de São Paulo, posição que mantém até hoje. Em 2020, assumiu a mesma função na Banda Sinfônica de Taubaté. Em 2022, foi vencedor do Concurso Jovens Solistas da Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e do programa “Prelúdio”, da TV Cultura. No mesmo ano, conquistou o Grande Prêmio Eleazar de Carvalho, do Concurso Jovens Solistas da Osesp. Em 2023, estreou junto à Sinfônica de Porto Alegre e venceu mais uma edição do Concurso Jovens Solistas da Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Ativo na música de câmara, Alves integra o Quarteto Cia. Sax.
PROGRAMA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP
CORO DA OSESP – sopranos, mezzo-sopranos e contraltos
CORO ACADÊMICO DA OSESP – sopranos, mezzo-sopranos e contraltos
THIERRY FISCHER regente
SÉRGIO BURGANI clarinete
SAMUEL ALVES saxofone
Claude DEBUSSY
Noturnos
Rapsódia para clarinete
Rapsódia para saxofone
Piotr Ilyich TCHAIKOVSKY | Sinfonia nº 2 em dó menor, Op. 17 – Pequena russa
SERVIÇO
29 de maio, quinta-feira, 20h
30 de maio, sexta-feira, 20h [Concerto Digital]
31 de maio, sábado, 16h30
Endereço: Praça Júlio Prestes, 16, Luz, São Paulo, SP
Capacidade: 1.388 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: De R$ 42,00 a R$ 295,00 (valores inteiros*)
Bilheteria (INTI): osesp.byinti.com
Telefone: (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: Rua Mauá, 51 | R$ 39,00 (noturno, sábado e domingo após às 12h30) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
Mais informações nos sites oficiais da Osesp e da Sala São Paulo.
*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação da rede pública estadual e municipal têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Sala São Paulo Digital conta com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.